“O combate à fome no mundo e a contribuição do Brasil”.
No dia 12 de maio de 2014, o Bacharelado em Relações Internacionais recebeu o ministro do Itamaraty, Milton Rondó, para ministrar palestra sobre “ O combate à fome no mundo e a contribuição do Brasil”.
No mesmo evento, foi feita a inauguração oficial do relatório bianual de atividades do BRI. O evento teve presença de 60 pessoas, dentre estas, alunos, professores e pessoas externas à comunidade acadêmica.
Para introduzir o tema, o ministro explicou que, atualmente, 840 milhões de pessoas passam fome, sendo que o maior problema é por conta da distribuição e da desigualdade.
No Brasil, cerca de 70% dos recursos do Bolsa Família são usados para a compra de alimentos. Outro ponto do cenário brasileiro, é que o preço dos alimentos é o centro da inflação, justamente por ser um item de consumo indispensável. Esse aumento da inflação é controlado pela elevação da taxa básica de juros, SELIC, o que faz aumentar a dívida pública.
Mesmo com uma economia agroexportadora, 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira são provenientes da agricultura familiar, cabendo aos grandes produtores a maior parte das demandas externas.
Tal dado evidencia a desigualdade existente no país, que é o quarto país mais desigual do mundo. Apesar deste problema, é o único país do BRICS que distribui renda para a população menos favorecida. Sendo que tal programa foi reconhecido internacionalmente pelo sucesso na diminuição da pobreza.
Após explicar a situação interna do Brasil, Milton Rondó explicou sobre a cooperação internacional que o país tem para o combate à fome. Entre os exemplos estão o caso da Somália e do Haiti.
No caso da Somália, havia uma complicação por conta do grupo Al Shabab, que exigiu que os alimentos não tivessem identificação de origem, ou seja, a bandeira brasileira que normalmente está neste tipo de contribuição foi retirada.
Já no caso do Haiti, que foi questionado por alunos tanto da graduação quanto da pós, o ministro explicou que há uma cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Embrapa e o governo haitiano , inicialmente para um estudo do solo e como prevenir as pragas, principalmente do milho, e após tal estudo, foi apresentado um modo sustentável para que as famílias continuassem plantando, aumentando a produção de um dos principais itens da culinária haitiana e que tinha um considerável peso na conta de importações, visto que 80% do utilizado era proveniente do mercado internacional.
A palestra do ministro Milton Rondó teve uma participação expressiva dos alunos, principalmente da graduação, com questionamentos e dúvidas. Um dos motivos para tal participação se deve à didática apresentada pelo ministro e abertura para qualquer tipo de dúvidas.