PARA O DEBATE: OMC: aonde nos levará essa vitória?
OMC: aonde nos levará essa vitória?
Igor Fuser
Para o bem e (pode-se temer) para o mal, a eleição de Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi uma vitória da atual política externa brasileira. Os tucanos, a mídia de direita e o Partido dos Diplomatas Aposentados torciam abertamente pelo candidato mexicano, um notório serviçal dos Estados Unidos. Para ter uma ideia da decepção desses setores antibrasileiros, basta lembrar que no próprio dia da escolha de Azevêdo, quando as avaliações disponíveis já sinalizavam o resultado, a Folha de S. Paulo comemorava adesões de última hora ao candidato rival com a seguinte manchete: “Brasil sofre revés na disputa por órgão global de comércio”.
PARA O DEBATE: Cool War
Cool War
Giorgio Romano
Recentemente foi lançado um livro com o título Cool War para caracterizar a relação entre os dois gigantes EUA e China. A relação entre esses dois países e as alianças que isso envolve se tornaram objetos centrais para o estudo das relações internacionais. O conceito de Cool War pretende estabelecer um diálogo entre duas vertentes que dominam o debate nos EUA. De um lado, quem acredita que o conflito seja inevitável, pois a China como potência em ascenção provoca e acentua cada vez mais a relativa queda da hegemonia dos EUA. De outro, aqueles que enfatizam a parceria entre os dois países, ou melhor, sua interdependência na esfera econômica.
PARA O DEBATE: EUA em Busca de uma Reaproximação com a América Latina
EUA em busca de uma reaproximação com a América Latina
Elias David Morales Martinez
O périplo realizado pelo presidente Obama ao México e a Costa Rica nos dias 2 e 3 de maio trouxe de fato um velho debate sobre o lugar que representa a região latino-americana para os EUA nos últimos anos. Apesar de a visita ter sido considerada, tanto na América Latina quanto nos EUA, como um rotundo sucesso, podemos questionar até que ponto tratou-se mais de uma retórica repetitiva, ou se pelo contrario, houve acordos que vão ser traduzidos em resultados concretos. No entanto, existem aspectos contemporâneos que permitem observar a possível configuração de uma nova dimensão da política externa estadunidense para a região durante a segunda década do século.
PARA O DEBATE: Conjuntura Internacional
Venezuela em disputa
Gilberto Maringoni
As eleições presidenciais venezuelanas do último dia 14 de abril ocorreram em cenário atípico. Primeiro, foram disputadas em meio a enorme comoção pela morte do ex-presidente Hugo Chávez Frias. Segundo, este foi o terceiro pleito realizado no país em seis meses. Aconteceram eleições presidenciais em outubro de 2012 e para governadores em dezembro, com incidências variadas na vida cotidiana. Terceiro, a diferença entre os candidatos foi mínima: 1,83% num universo de quase 15 milhões de votos.
Não bastasse isso, a Venezuela vive um surto inflacionário. A taxa de 2012 chegou a 20%. Para um observador pouco informado, o quadro beira o caos. Aliás, é essa a mensagem que a mídia brasileira buscou transmitir nas últimas semanas.